Publicado originalmente por New York Times
WASHINGTON – O contrato secreto foi finalizado em 8 de novembro de 2021, um acordo entre uma empresa que atuou como fachada para o governo dos Estados Unidos e a afiliada americana de uma notória empresa de hackers israelense.
Sob o acordo, a empresa israelense NSO Group deu ao governo dos EUA acesso a uma de suas armas mais poderosas – uma ferramenta de geolocalização que pode rastrear secretamente telefones celulares em todo o mundo sem o conhecimento ou consentimento do usuário do telefone.
Se a natureza velada do acordo era incomum – foi assinado para a empresa de fachada por um empresário usando um nome falso – o timing foi extraordinário.
Apenas cinco dias antes, o governo Biden havia anunciado que estava tomando medidas contra o NSO, cujas ferramentas de hacking durante anos foram abusadas por governos de todo o mundo para espionar dissidentes políticos, ativistas de direitos humanos e jornalistas. A Casa Branca colocou a NSO em uma lista negra do Departamento de Comércio, declarando a empresa uma ameaça à segurança nacional e enviando a mensagem de que as empresas americanas deveriam parar de fazer negócios com ela.
Mesmo com o governo Biden demonstrando seus esforços para tirar a NSO do mercado, ficou claro, mesmo antes da revelação do último contrato, que algumas agências foram atraídas pelo poder dessas armas cibernéticas…
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