Publicado originalmente por Proto.life
A idade não é tão simples como um único número – é muito mais sutil. Duas pessoas da mesma idade cronológica podem ser totalmente diferentes, uma com ótima saúde e a outra doente. Mesmo dentro de um único corpo humano, como o seu ou o meu, a idade não é homogênea. Algumas partes, como o coração, podem ser fortes, saudáveis e capazes de bombear vigorosamente por anos – mesmo que outros órgãos, como o fígado, possam ter poucos dias. Os ovários envelhecem tão rápido, dizem os especialistas, que eles são basicamente geriátricos quando a mulher chega aos trinta anos.
Uma maneira de pensar nisso é considerar seu corpo como se fosse um carro. Sua pintura pode durar décadas, a menos que seja arranhada. Seu motor também pode durar a vida toda, desde que seja bem conservado. Mas você pode precisar de uma nova embreagem na meia-idade. E suas pastilhas de freio vão se desgastar muito antes disso. Quanto aos seus pneus… eles precisarão ser substituídos a cada poucos anos. Tudo isso pode ser antecipado consultando seu odômetro e o manual do proprietário em seu porta-luvas.
Então, onde está o painel e o cronograma de manutenção da saúde humana? Especialistas dizem que está chegando.
Quando o cientista da UCLA Steve Horvath revelou seu chamado relógio Horvath, foi um passo nessa direção. É uma ferramenta para medir o envelhecimento biológico com base na epigenética, nos padrões de mudança de metilação e outros tipos de modificação do DNA que mudam à medida que envelhecemos. O conceito de seu relógio é que, à medida que envelhecemos, os padrões de metilação do DNA mudam. Esses padrões epigenéticos se correlacionam com o envelhecimento, servindo como uma espécie de biomarcador para estimar a idade biológica, uma medida melhor da rapidez com que envelhecemos do que a idade cronológica.
Desde que Horvath revelou o primeiro relógio multissistema em 2013, houve uma corrida para identificar maneiras cada vez melhores de quantificar a taxa e o impacto do envelhecimento nos corpos humanos. Cada vez mais fica claro que, no nível celular, diferentes partes do corpo humano envelhecem em taxas diferentes. Um estudo de 2022 que rastreou vários biomarcadores mostrou exatamente isso. As taxas de renovação para diferentes tipos de células humanas, que podem ser usadas para extrapolar a expectativa de vida das células, variam de 2 dias para um tipo de glóbulo branco a 90 anos para células neuronais, de acordo com um estudo de adultos saudáveis .
Os cientistas não concordam com o melhor método de medir o envelhecimento biológico dos órgãos. E, apesar da pesquisa em andamento, “não há nenhum relógio epigenético específico do sistema publicado, validado”, diz Dan Belsky, epidemiologista da Universidade de Columbia que desenvolveu o DunedinPace, outro relógio epigenético que mede o ritmo do envelhecimento. Agora, um grupo de pesquisadores da Universidade de Melbourne desenvolveu um novo tipo de relógio biológico de envelhecimento. E não depende de medições epigenéticas…
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