Publicado originalmente por rest of world
A Hotmart está discretamente transformando até micro-influenciadores em milionários.
Por volta de 2017, sete anos depois de iniciar seu canal no YouTube, Roy Martínez recebeu um e-mail perguntando se tinha interesse em ganhar a vida com seu conteúdo. O remetente, uma empresa brasileira da qual ele nunca tinha ouvido falar, ouviu falar do canal e do site de Martínez, onde ele vendia ferramentas profissionais para consertar carros e uma assinatura mensal de US$ 20 para vídeos sobre como usá-las. Martínez começou a fazer os cursos em vídeo junto com seu negócio de conserto de automóveis, pois os clientes precisavam de treinamento técnico constante. A empresa – Hotmart – viu potencial em seus vídeos, apesar de uma modesta base de assinantes de 50.000.
Cinco anos depois, Martínez parou completamente de vender ferramentas para automóveis. Ele agora dirige uma operação de 19 pessoas que produz e vende cursos em seu site, usando as ferramentas de back-end do Hotmart. Sua assinatura anual, que era de US$ 360 quando o Hotmart entrou em contato pela primeira vez, agora custa US$ 497, e ele também vende cursos individuais que custam de US$ 50 a US$ 500 para um público de cerca de 6.000 pessoas. Embora sua renda tenha crescido para meio milhão de dólares por ano, seus seguidores nas redes sociais permaneceram relativamente pequenos: ele tem cerca de 80.000 assinantes em seu canal no YouTube e pouco mais de 10.000 seguidores no Instagram.
O sucesso de Martínez é insignificante em comparação com alguns dos 135.000 outros criadores da Hotmart, muitos dos quais são treinadores motivacionais, nutricionistas, professores de ioga, influenciadores de saúde ou consultores de negócios. Marco Antonio Regil, ex-apresentador de programa de TV mexicano, vende seus cursos motivacionais da Hotmart para mais de 20.000 pessoas. O coach de estilo de vida brasileiro Wendell Carvalho é o único criador de conteúdo que ganhou mais de US$ 50 milhões por ano vendendo cursos motivacionais e financeiros através do Hotmart. A empresa disse ao Rest of World que muitos dos ganhos de seus outros criadores também estão na casa dos milhões de dólares – seu corte nos lucros pode chegar a 9,9% de cada venda.
Ao contrário do MasterClass, uma plataforma de streaming baseada em membros que oferece um amplo catálogo de aulas com instrutores famosos, o Hotmart não vende cursos de um site central de marca. Em vez disso, é um provedor de infraestrutura, ensinando criadores e fornecendo a eles as ferramentas para vender cursos em seu próprio site. Oferece suporte para melhorar a venda e distribuição de conteúdo e, o mais importante, possui uma infraestrutura de pagamento que permite aos usuários comprar conteúdo de qualquer lugar do mundo, em qualquer moeda. (O Hotmart também oferece um serviço de criação de sites, caso o criador ainda não tenha um.)
Ele veio para substituir a colcha de retalhos de plataformas e plugins – WordPress, PayPal, Stripe – que criadores como Andrea Rojas chamaram de “um Frankenstein tecnológico”. Rojas é um criador de conteúdo baseado no México que se concentra em criar conteúdo que ajuda os espectadores a expandir seus negócios on-line. Ela já vendia cursos virtuais antes de encontrar o Hotmart. Mas a empresa brasileira ofereceu a ela uma alternativa ao modelo de monetização obcecado por seguidores da mídia social – muitas vezes dependente de um grande número de visualizações para poucos retornos…
Veja o artigo completo no site rest of world