A crise de resistência aos antibióticos tem uma reviravolta preocupante

Publicado originalmente por Wired

Um importante novo relatório da ONU diz que ignoramos o papel da degradação ambiental em alimentar as superbactérias que matam 1,27 milhão de pessoas a cada ano.

Um relatório divulgadohoje pelas Nações Unidas diz que negligenciamos um componente importante do problema da superbactéria: o meio ambiente. Ele serve como um reservatório para genes bacterianos que criam resistência antimicrobiana e recebe efluentes agrícolas e farmacêuticos que permitem o surgimento de novas resistências.

“Os mesmos fatores que causam a degradação do meio ambiente estão piorando o problema da resistência antimicrobiana”, disse Inger Andersen, diretora executiva do Programa Ambiental da ONU, conhecido como PNUMA, em comunicado. “Os impactos da resistência antimicrobiana podem destruir nossos sistemas de saúde e alimentação.”

O documento de política de 120 páginas, “ Bracing for Superbugs ”, reconhece o meio ambiente como um lugar onde a resistência a antibióticos surge e causa estragos, causando até 1,27 milhão de mortes por ano. É um problema que os planejadores de saúde pública já reconheceram em hospitais e centros de atendimento de emergência, bem como em fazendas que produzem gado, peixes e plantações. O relatório fornece aos pesquisadores uma estrutura para entender patógenos que não ficam confinados nesses setores econômicos, como bactérias resistentes que aparecem  a jusante de estações de esgoto hospitalar e  fungicidas agrícolasque transformam infecções hospitalares comuns em intratáveis. Ele diz que os governos devem redigir regulamentos para conter a poluição por antibióticos, apoiar os produtores de alimentos para reduzir o uso de antibióticos, melhorar os sistemas de saneamento para remover bactérias resistentes do esgoto e criar programas de monitoramento para verificar se as proteções ambientais estão funcionando. 

Em termos práticos, eleva o PNUMA como líder na luta global para controlar bactérias resistentes, conectando-o a outras agências da ONU – Organização Mundial da Saúde, Organização Mundial de Saúde Animal e Organização para Alimentação e Agricultura – em uma abordagem de “Uma Saúde” que vincula preocupações humanas, animais e ambientais. Isso é significativo, porque as nações já estão desenvolvendo planos para controlar a resistência a antibióticos por meio de um processo da ONU iniciado em 2016. Agora, os países estão sendo instados a considerar a proteção ambiental enquanto tentam reduzir as infecções resistentes nas pessoas.

É um movimento há muito esperado que reformula o problema da superbactéria, transformando-o de um problema criado por usuários malcomportados em uma responsabilidade compartilhada por um microbioma planetário em perigo…

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