Publicado originalmente por rest of world
Cidades de Canggu a Medellín estão recebendo trabalhadores de tecnologia, mas os moradores reclamam que estão sendo cobrados.
O café e espaço de coworking Semilla fica no coração do sofisticado bairro de Laureles, na cidade de Medellín. Parece que foi apanhado no Vale do Silício e jogado na Colômbia por um guindaste. Programadores e profissionais de marketing digital lotam as mesas, bebendo café e saboreando torradas de abacate recheadas. Lá embaixo, na cafeteria, uma mulher elegante com um anel de luz em seu laptop conversa com um cliente a milhares de quilômetros de distância. No andar de cima, no espaço dedicado ao escritório, um americano usando um headset Oculus Rift participa de uma reunião no metaverso.
A maioria dos trabalhadores aqui está empregada nos EUA, mas as normas de escritório pós-pandemia relaxadas permitem que eles trabalhem de qualquer lugar. Este é o estilo de vida móvel e independente da localização do nômade digital. O Semilla é o seu oásis.
Como o próprio nome sugere, os nômades digitais se movimentam muito. Medellín é um dos mais recentes pontos quentes a se juntar a um circuito nômade global que abrange latitudes tropicais. O Sudeste Asiático continua sendo o destino preferido dos nômades – no popular site Nomad List, quatro das 10 principais cidades são da região. A lista também apresenta cidades europeias mais baratas em Portugal e Romênia, bem como destinos latino-americanos como a Cidade do México, que compartilham fusos horários com os EUA. O nômade típico pode visitar 12 ou 13 países em um ano, enquanto mantém um trabalho corporativo, geralmente no setor de tecnologia. Dos trabalhadores com quem conversei em Semilla, a maioria pretendia deixar a Colômbia dentro de um mês ou dois.
Os nômades que conheci preferiam destinos urbanos estabelecidos com comunidades de negócios prósperas. “As praias são ruins para os nômades”, disse-me um trabalhador remoto. “Se você consegue ver um pico de surfe, não está trabalhando.”
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